Gn 3:7-8 “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que
estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E
ouviram a voz do SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e
esconderam-se Adão e sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do
jardim”.

Entretanto, aprendi com o tempo que todo conhecimento que buscamos que não visa produzir glórias a Deus tem implícito objetivo de satisfazer o nosso ego. As Sagradas Escrituras afirmam que “Toda boa coisa dada e cada dom perfeito vem de cima, descendo do Pai das Luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação” (Tg 1:17). Naturalmente, a busca por conhecimento visa a obtenção da verdade a respeito de algo, que segundo o filósofo cristão Agostinho de Hipona, só pode ser encontrada originalmente em Deus.
O texto de Gênesis citado é bem
conhecido e demonstra a primeira e frustrada tentativa do homem adquirir
para si um conhecimento independente de Deus. Vale observar o resultado dessa
catástrofe:
1 – foram abertos os olhos
de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueiras, e
fizeram para si aventais: A simplicidade e confiança no Deus Criador deram
lugar a um conhecimento que revelava a impureza e malícia, agora situada na
mente do homem. Suas atitudes de proverem para si elementos que atendessem a
demanda de suas impurezas revelava a necessidade daquilo o que não poderia ser mais
resgatado, seu relacionamento com Seu Criador.
2 – E ouviram a voz do
SENHOR Deus, que passeava no jardim pela viração do dia, e esconderam-se Adão e
sua mulher da presença do SENHOR Deus, entre as árvores do jardim: Ao
buscar o homem, em algo que parecia ser rotineiro, mas ao mesmo tempo em uma
atitude que revela a graça do Senhor – por já saber em que situação se
encontrava o homem – Adão e sua mulher se escondem, dando provas de mais um novo
conhecimento recebido: que haviam desobedecido a Deus.
No verso 9 Deus
realiza sua chamada graciosa. A declaração, em forma de pergunta, “Onde estás?”,
fez com que Adão e sua mulher saíssem ao encontro de Deus, para mais um novo
conhecimento: o da natureza de suas ações a partir de então. Depois da
tentativa de transferência da culpa que era pessoal, ambos puderam saber que a
verdade de Deus não deveria ser questionada. A expulsão da presença do Senhor
significou para o homem que sua produção independente não era suficiente para
produzir a verdade e a satisfação em si mesmo.
O Deus de amor,
no entanto, não abandonou a sua criação, e mesmo na sentença consequente
prenunciou que lhes proveria a restauração à Sua presença de maneira
definitiva. Desta forma, apresentou o que sabemos que foi realizado por meio de Jesus Cristo. Esta era demonstração de onde o homem deveria
investir sua busca de conhecimento, algo citado pelo apóstolo Pedro em suas instruções à Igreja: “Antes
crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
Temos, Nele, a única forma de sermos conduzidos à verdade. Não há nada que possa
importar mais para nós do que vivermos segundo os propósitos de nossa criação,
os objetivos de Deus para nossas vidas.
Deus nos criou
para que por meio Dele pudéssemos viver e conhecer todas as coisas, mas não
deseja que façamos isso de maneira independente, porque dependemos dele para o
sucesso de nossas ações. Quando pensamos que por nossos próprios esforços
chegaremos ao destaque, estamos profundamente enganados. Nossa conduta
independente só busca glória para nós e isso é uma contravenção a nossa origem,
pois fomos criados para glória de Deus.
Pensemos e
reflitamos por que e para que desejamos conhecimentos? Para glorificar a Deus
com o que conhecemos, ensinando a outros o precioso conhecimento de Cristo – e como
ele nos resgata as faculdades do saber? ou para que as pessoas nos vejam como
entendidos e no fundo nosso ego seja massageado?
Que o Senhor nos
ajude!