"Tudo tem sua estação própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu" (Ec 3:1)
Mesmo dos lábios de um ateu, um agnóstico, ou uma pessoa que não pensa muito em religião, é comum ouvir a frase “tudo acontece por uma razão”. A ideia de destino que permeia nossa cultura advém de predições astrológicas que dizem que nossos destinos são governados pelas estrelas, como nos filmes românticos – cuja mensagem é que os dois protagonistas estão destinados a estarem juntos. Em todos estes casos e alguns outros, porém, isto é como uma força impessoal de algo que está supostamente governando coisas. Raramente, ou nunca, isso é uma menção de um ser pessoal que está direcionando ou dando propósito a todas as coisas.
Mesmo dos lábios de um ateu, um agnóstico, ou uma pessoa que não pensa muito em religião, é comum ouvir a frase “tudo acontece por uma razão”. A ideia de destino que permeia nossa cultura advém de predições astrológicas que dizem que nossos destinos são governados pelas estrelas, como nos filmes românticos – cuja mensagem é que os dois protagonistas estão destinados a estarem juntos. Em todos estes casos e alguns outros, porém, isto é como uma força impessoal de algo que está supostamente governando coisas. Raramente, ou nunca, isso é uma menção de um ser pessoal que está direcionando ou dando propósito a todas as coisas.
No entanto, como
muitos filósofos cristãos e apologistas apontaram, realidade impessoal não pode
produzir sentido ou propósito algum. Por definição, propósito é a propriedade
de um desejo pessoal. Apenas seres pessoais e pensantes podem agir com
propósito; uma mera força apenas é uma mera força. Por exemplo, gravidade em si
mesma não age com intencionalidade; ela simplesmente está lá, uma realidade
dada que não faz planos ou direciona coisas para um lugar ou um fim. Coisas
não possuem propósito último apenas porque queremos que possuam – se não existe
um Deus criador direcionando tudo, a ideia de que tudo ocorre por uma razão é
apenas um pensamento desejoso.
Assim, quando nos
aproximamos de uma passagem como a de Eclesiastes 3, devemos ter em mente que o
Pregador está trabalhando diante de um pano de fundo que assume a existência do
Deus mantenedor da Aliança com Israel, que possui propósitos infalíveis (Is
46:8-11). A frase sobre a existência de um tempo para todas as coisas debaixo
dos céus (Ec 3:1) pode derivar em parte da observação do mundo e da visão de
que existem estações apropriadas para coisas como o nascer, morrer, plantar,
chorar, rir, e outras coisas mais, mas o Pregador pode distinguir entre tempos
apropriados e inapropriados para estas coisas apenas porque ele sabe que Deus
fez estes períodos e isso deve ser visto com temor (Ec 12:13-14)
Os
tempos e as estações mencionados em Ec 3:1-8 enquadram tudo da vida, incluindo
seu início (“tempo de nascer”) e fim (“tempo de morrer”), o ciclo agrícola (“tempo
de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou”), e muito mais. A vida é
repetitiva em muitos aspectos, mas isso não é um ciclo sem fim. Há um avanço em
direção aos objetivos de Deus, e parte disso engloba tempos e estações que são
postos em ordem pela pessoa do Criador. Isto não quer dizer que “tudo acontece
por uma razão”, mas ao contrário, “tudo acontece pela vontade de Deus”.
Coram Deo
Há
um tempo para toda estação e propósito debaixo dos céus, porque o Senhor
determina isso. Nossas vidas e nosso mundo não pode ser controlado por alguma
força impessoal do destino, mas pela vontade graciosa de Deus – que possui
planos que se estendem até mesmo ao que possamos considerar a coisa mais
insignificante do mundo. Ele trabalha em todas as coisas de acordo com os
propósitos de Sua vontade (Ef 1:11), e podemos descansar sabendo que nada o
pega de surpresa ou o desvia de seu curso.
By - R.C. Sproul - Para acessar o arquivo original clique aqui.