sábado, 31 de agosto de 2013

O que estamos fazendo?

Existem atitudes que deveriam nos remeter a pergunta supracitada: O que estamos fazendo? Um grande exemplo disso estaria ligado ao momento em que adoramos ou louvamos a nosso Deus. Lembremo-nos que o culto é, antes de tudo, a Deus. É a Ele que rendemos toda nossa gratidão, expressão de louvor, em adoração. No entanto, estas coisas parecem não estar tão claras em nossa prática. Um exemplo disso é exibido brevemente abaixo.

Gostamos tanto de entoar louvores que expressam acerca da soberania de Deus: "Nosso Deus...é Soberano. Ele reina antes da fundação do mundo...". No entanto, será que compreendemos o que significa cantar isso? Estamos dispostos ao verdadeiro aprendizado do que representa o Deus que tudo governa? Qual seria o Seu limite? Ou será que o servimos apenas lhe colocando algumas algemas, que regulam suas ações ao nosso senso racional? Parece que não sabemos tanto ou nada sobre esse Deus mesmo...temos apenas noções. Noções de que Ele é Amor, o Perdão, a Vida, o Caminho...e outras coisas boas... Contudo, e quando os textos das Sagradas Escrituras nos mostram Sua severidade quanto aos réprobos, qual é a nossa avaliação? Seria esse o Deus que almejamos? O Deus que servimos?

Mas, espera aí! Deus é quem tem que ser como nós almejamos ou nós devemos ser como Ele deseja? Quem é o Soberano? Acredito que os cristãos contemporâneos tem confundido as coisas. Pensam em Deus como um amuleto, mas não com a real implicação do que significa dizer que Ele é o Senhor. Para aqueles que poderiam ficar pasmados com a exposição plena do cristianismo, aos Romanos, devemos deixar com que o autor inspirado fale:
 
Diz o apóstolo Paulo: 
"Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: Por que me fizeste assim?
Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para honra e outro para desonra?
E que direis se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição;
Para que também desse a conhecer as riquezas da sua glória nos vasos de misericórdia, que para glória já dantes preparou." (Rm 9:20-23)

Será que cantamos a verdade em nossos lábios ao dizermos..."Nosso Deus...é Soberano...". O que estamos fazendo? Acredito que nossa limitação não pode nos impedir de orar segundo a nossa real necessidade. Senhor! Carecemos de ti! Somos totalmente dependentes! Faz-nos entender os Seus mistérios...se esta for a Sua vontade...

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Crescendo em Santidade

A santificação consiste na renúncia de nossa vontade em relação a vontade de Deus e em relação a dos homens (próximo), pois sua evidência está no exercício das boas obras, que são expressas nos mandamentos do Senhor (Amarás a Deus...e Amarás ao teu próximo...). Podemos, com isso identificar bons critérios para verificação de nosso avanço como servos (embora a palavra original remeta-nos a ideia de escravos - douloi tou Christou) de Cristo.

O quanto estamos dispostos a abrir mão para exercício de Sua boa vontade? Queremos nos apresentar como santos diante de Deus e isso é de fato uma ordem (Rm 12), mas será que nos disponibilizamos a amar a Ele acima de toda e qualquer coisa em nossa vida? E com relação aos nossos irmãos, ou melhor diria, nosso próximo?

Jesus demonstrou bem quem é o nosso próximo e não são aqueles que podem nos trazer algum benefício, mas sim, aqueles que estão dispostos a ouvir a voz do Senhor (Lc 15 - nessa parábola...publicanos e pecadores). Aqueles que estão necessitados ainda que sejam desconhecidos (Lc 10:25-37 - nessa, um judeu é cuidado por um samaritano). Devemos amar de maneira incondicional essas pessoas, levando-as ao encontro com o Evangelho Puro e Simples. Evangelho que apresenta Jesus Cristo como substituto pelos pecados de todo aquele que crê, para fornecer-lhes a vida eterna.

Entender que ninguém chegará ao céu desprovido de santidade é compreender as Palavras do autor aos Hebreus “Segui a paz com todos e a Santificação, sem a qual ninguem verá o Senhor” (Hb 12:14). Palavras que também foram utilizadas por homens de Deus, em nosso tempo, como as do Bispo inglês J.C.Ryle em seu livro Holiness (Santidade):

"Apelo solenemente a todos quantos lêem essas páginas: como poderemos nos sentir felizes e à vontade no céu, se morrermos destituídos de santidade? A morte não opera automaticamente alguma transformação. O sepulcro não impõe qualquer alteração. Cada indivíduo haverá de ressuscitar com o mesmo caráter com que deu seu último suspiro. Onde será o nosso lugar, se vivermos hoje estranhos à santidade?"

Se somos verdadeiros cristãos, é tempo de abandonar uma vida que não esteja em conformidade com a Palavra de Deus, renunciarmos o nosso eu e dedicarmo-nos ao exercício da vontade soberana de nosso Senhor. Esta, que foi expressa em sua preciosa mensagem consiste em “que amemos uns aos outros” (1 Jo 3:11). Abandonando toda inveja, todo orgulho e revestindo-nos de humildade no temor de Deus (Ef 5:21).

O que devemos esperar?

João 12:1-11

A atitude de Maria, neste texto, nos ensina que o serviço daqueles que são extremamente gratos ao Senhor não se baseiam em alguma expectativa futura. Ao contrário, eles o servem por aquilo o que já receberam.

Maria derrama um óleo extremamente precioso aos pés de Jesus, demonstrando não estar apegada às coisas deste mundo. O texto em si não exemplifica o motivo de tamanho sacrifício, no entanto, o contexto apresenta que nos dias anteriores Jesus havia ressuscitado seu irmão, Lázaro. Assim, com tamanha gratidão, ela derrama aquilo o que poderia ser o mais valioso elemento naquele lugar.

Será que vivemos nossas vidas aguardando algo que o Senhor Jesus possa fazer a nós, para que então o sirvamos intensa ou radicalmente? A atitude daqueles que esperam receber algo do Senhor em troca de seus serviços expressa a profunda ingratidão daqueles que não valorizam Seu sacrifício.

É preciso compreender, de uma vez por todas, que não servimos a Cristo por aquilo o que Ele pode nos dar, mas sim por aquilo o que Ele já fez por nós. Dessa forma, repito a fala do Rev. Barry King: "God has done so many things for us that if He never did anything else He has already done enough for us to serve him forever."

Deus já fez tantas coisas em nossa vida que se daqui pra frente Ele não fizer mais nada, ele já terá feito o suficiente para o servirmos para sempre!

Paremos de aguardar o ADVENTO de algo miraculoso, quando já somos (por termos sido vivificados por Ele) o próprio MILAGRE!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O quanto ganharíamos com a consciência da Soberania de Deus?

Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis os seus caminhos! Rm 11:33

Após uma perfeita descrição da teodiceia[1] aos romanos, o apóstolo Paulo exalta ao nome do Senhor, através das palavras que se iniciam neste versículo. Entendendo como é confortante saber que pecadores imerecedores da graça de Deus foram alcançados por Sua misericórdia. Esta dádiva promove grande alegria nos corações dos que foram tocados pelo Espírito. Somente eles conseguem identificar o quão carentes dessa glória estavam, pois conhecem claramente o quão pecadores são. 

Mas, até que fossem alcançados pelo Espírito, isso não lhes estava tão claro. Alguns se enveredavam por caminhos onde a depravação era o seu norte. Não tendo limite para seu único progresso particular, a excelência em pecar. Até que ao caírem as escamas de seus olhos, percebem a tristeza de sua companhia malévola, tão insistente em nutrir a inimizade contra Deus. E ao mesmo tempo, percebem a pureza do sangue de Jesus vertido por aqueles que ainda estavam sobre a mesma condição (Rm 5:8).

Quão insondáveis são os seus juízos! Eterna dívida de gratidão têm os que foram alcançados por essa graça. Por isso, a única medida racional é apresentar a “totalidade daquilo o que são” (no grego - ta sōmata humōn) como “sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus” (Rm 12:1). E em sua nova atitude ainda são estabelecidos sobre a esperança de experimentar (do grego dokimazein – provar) a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (verso 2). Isso significaria nada mais nada menos que ter a consciência da suficiência de Deus para controlar tudo.

Contudo, quais seriam os benefícios de ter a consciência da Soberania de Deus? Tentarei enumerá-los aqui, mas não sei se constituem ordem lógica. Principalmente, porque esse tema é, de forma geral, ao entendimento meramente humano, ilógico. Todavia, o cristianismo é extremamente lógico até aonde a Soberania de Deus permite-nos avançar. E é exatamente isso que nos possibilita o desfrute da dádiva imerecida. Assim segue-se que:

A consciência da Soberania de Deus beneficia o homem nos seguintes aspectos:

1. Identificação de que foi atraído por Ele, pela Sua própria justiça (Rm 5:1).
2. Identificação da Libertação da escravidão do pecado (Rm 6:17-22).
3. Identificação de sua dependência Dele para segurança, pela sua natureza pecaminosa (Rm 7-8)
4. Identificação da certeza de que Ele não erra, nem recebe conselho em Suas escolhas (Rm 9)

Estes pontos seriam por demais suficientes para uma vida de total devoção ao Senhor. No entanto, parece-me que os cristãos contemporâneos ainda precisam entender que o maior benefício da consciência da Soberania de Deus repousa em um aspecto que muitos tentam negligenciar. Aquele que apresenta que Deus tem o devido poder para conduzir suas vidas segundo Lhe aprouver. A paz mental pela qual muitos lutam apresenta alto teor de solubilidade, porque, de todos os bens que a consciência da Soberania de Deus nos traz, este é o único que, a alguns, se constitui em um problema. Afirmamos que ele tem o controle de nossas vidas, mas sempre estamos procurando um jeitinho de nos apropriarmos de nossas decisões precipitadas.


É fato que somos extremamente responsáveis por nossas ações e as Sagradas Escrituras não deixam de enfatizar a responsabilidade humana. No entanto, saber que Ele é o que opera tanto o querer quanto o efetuar, segundo a Sua boa vontade, é compreender o segredo do crescimento cristão. Ser movido pela renúncia de nossa vontade em relação à vontade de Deus e a de nossos irmãos, é evidenciar a presença do amor cristão em nossas vidas.

Por isso, o quanto ganharíamos com a consciência da Soberania de Deus, neste aspecto?
Nunca poderemos colher os plenos benefícios dessa consciência se não tornarmos prático a nós mesmos que Ele tem o controle de tudo. Nas palavras do Mestre encontramos clarificação da consciência da Soberania de Deus nas instruções: "Não estejais ansiosos quanto à vossa vida..." Da mesma forma, o apóstolo Pedro ensina qual é a atitude daquele que se beneficia neste conhecimento: "Lançando sobre ele toda vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós" (IPd 5:7).

Somente dizer isso a ele não seria nada mais do que Lhe dizer o óbvio. Todavia, no desempenho dessas ações estaríamos entregando-nos por completo. Isso seria renunciar nossa vontade para fazer a Dele. Seria encontrar a paz e o sentido de nossas vidas. Seria estar satisfeito em toda e qualquer situação e poder dizer como o apóstolo Paulo: POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE QUE ME FORTALECE! (Fp 4:13)


[1] Termo grego que se refere a Justiça de Deus

Boas Vindas!

Olá queridos irmãos,

Criei este blog, especialmente, para atender a necessidade de meus alunos. Sabendo que as tarefas se iniciam a partir do momento em que saímos de sala, penso que esta pode ser uma boa oportunidade de expandirmos nosso tempo.

Embora o blog não se restrinja ao tratamento de assuntos relativos ao alunado, ele bem servirá aos nossos propósitos. Pretendemos nos deliciar em conhecimentos específicos das mais diversas áreas do saber teológico. Tendo como base fundamental a visão teológica oriunda da reforma protestante.

Desejando também, fornecer reflexões que sirvam como ferramentas de aproximação da verdade bíblica. Cremos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus. O meio pelo qual Deus se revelou. Sendo assim, as lentes pelas quais aqueles a quem Deus chamou podem contempla-Lo.

Sejam todos benvindos e fiquem à vontade para emitirem suas opiniões!

Quando Precisamos nos Justificar estamos longe do arrependimento Sl 51

Caros amigos, tenho refletido sobre algumas leituras que tenho investido um pouco de tempo. Aliás, aqui vai o primeiro conselho: quando lemos, vivificamos o nosso intelecto. Mas, obviamente, precisamos ressalvar algumas coisas. Nem todas as leituras produzem o resultado supracitado. Algumas, na verdade, nos conduzem para longe de nossos objetivos. Nosso prazer na leitura revela nosso desejo de aquisição daquilo o que ainda não temos.

Bom, como sei que muitos não lerão mais do que o referido até aqui, deixei para falar o que realmente desejo a partir deste momento, onde já é necessário um clique a mais. Pois é, leitores são diferenciados assim, aqueles que desejam dar um clique a mais, somente para conhecer os mistérios da informação que lhe exige mais atenção.
Analisando este salmo e na visualização de seus princípios, diante do que pode ser percebido, notei que Davi, ao ser identificado em seu pecado, não titubeou em dizer: Pai, pequei contra ti! Embora, tenha se demorado na sua atitude, o rei não tentou justificar os seus atos. Talvez, poderia ter tentado estabelecer como um momento de fraqueza, ou até mesmo culpar uma mulher que estava se banhando, quando saberia que sua sacada dava vistas ao palácio do grande rei. Não! Ele disse: Contra ti somente, Senhor (vs 4).

Acredito que o mundo tem feito um grande esforço para fazer-nos esquecer que todo o pecado que cometemos é antes de tudo, contra Deus. E por que deveríamos tentar justificar, quando Deus conhece nossos pensamentos e sabe que não conseguimos engana-lo? Vivemos em um mundo onde não existem mais culpados. Como bem diz Dr. John MacArthur em seu livro Sociedade sem pecado, estão fazendo de tudo para anular a culpa das pessoas, pois sem culpa, não há pecado.

O pior é consentir com essa atitude, que de fato, é a semente da serpente: Eva, não é bem assim (Parafraseando, certamente não morrerás...). Devemos lembrar que a natureza do cristianismo consiste em reconhecermo-nos CULPADOS. Só há arrependimento quando identificamos isso. Contudo, somente os que são tocados pelo Espírito Santo percebem isso, o Mestre disse: Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo (Jo 16:8).

A busca atual é cauterizar a mente, anulando qualquer tipo de culpabilidade e justificando-os como simples erros ou delitos. E o que fazer com a oração que Jesus nos ensinou, que deve nos servir como base para nossa vida com Ele? E perdoa-nos as nossas dívidas...dívidas? Quais? Não temos essas coisas... Ai de nós, se pensamos dessa maneira! Pois embora, nossos pecados não tragam satisfação nenhuma a Deus, julgar que já superamos e dizer que não mais pecamos é tão errado quanto não reconhecer que Deus é luz, e somos extremamente dependentes d’Ele!

Somos falhos sim, a diferença é que o Senhor plantou em nós a insatisfação com o pecado (IICo 7:10). Não somos como “porcos no chiqueiro” que se alegram pela lama. Mas, como ovelhas um tanto quanto “teimosas”, vira e mexe, estamos tomando cajadadas para continuar nossa jornada. Todavia, ao se confrontar com uma situação de tristeza com o pecado, em vez de se lambuzar como um porco, choramos como ovelha. Mas, graças a Deus que, pelo sangue de Jesus, fomos purificados, para termos comunhão com Deus e nossos irmãos (I Jo 1:9).

Quando buscamos nos justificar, procurar agrados, alguém para apoiar nossa causa, convocamos pessoas para ajudar-nos em nosso pecado e estamos longe do arrependimento. Mas, quando chegamos diante de Deus e dizemos: “Contra ti somente! Lava-me completamente!” O Deus que é grande em Misericórdia (Nm 14:18), que perdoa a iniquidade, realiza sua obra em nós. E talvez, se assim Ele quiser, se agrade em usar-nos nesse exercício. Todavia, certamente nos faz lembrar que o que importa é que Seu nome seja glorificado e não o nosso. “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas a teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade”. (Sl 115:1)

Who do we think we are? We are just his slaves (that is the real meaning of greek word doulos) of Christ. Let our Lord teach us what we really need to learn from him!