"Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar"
O sucesso de uma nação, segundo os preceitos
bíblicos, é evidenciado no reflexo de uma conduta baseada nos princípios da
verdade. Associando ao detentor desse padrão, Agostinho, ratifica que toda a
verdade procede de Deus. Assim, por diversas vezes, a Bíblia apresenta os
insucessos da nação escolhida pelo Senhor, quando não atentavam para as
determinações pactuais que deveriam nortear seu modo de vida. Por conta dessa
infidelidade, principalmente por parte da liderança, todo o povo padecia em
suas depravações, o que também resultava em desigualdade social.
No texto base proposto, o profeta Isaías traduz aos
seus conterrâneos o motivo pelo qual a nação se encontrava em profundo
declínio. Revelando um contexto de depravação espiritual e consequente afastamento
de Deus, por parte de Israel. A iniquidade do povo era capaz de afastar
qualquer possibilidade de justiça. E em um meio onde a maldade era o “prato do
dia”, os que tentavam se afastar dela eram afligidos por isso. A falta de homens
que retornassem a verdade retratava a condição eticamente deplorável da nação.
O povo de Israel serve como referência para nós,
diante do que caracteriza a extensão do povo escolhido, por meio do sacrifício
vicário de Jesus Cristo na cruz. Não é de se estranhar que essa percepção
perpasse as Sagradas Escrituras e ressaltem aos nossos olhos nos dias atuais. A
falta de solidificação na verdade expõe de maneira semelhante o peso de uma
nação cuja liderança se mantém distante dos preceitos divinos. Isso evidencia a
impossibilidade da justiça e traduz a inconsistência dos argumentos que apresentam
perspectivas ilusórias de aclive moral. Não é preciso entender de política para
enxergar a imoralidade presente em todos os setores governamentais nacionais. A
responsabilidade de gerir uma nação impõe a necessidade do reconhecimento da
dependência do Rei Cósmico.
Israel deveria exibir às nações o parâmetro para
uma conduta moral, político e religiosa diante do Deus Yahweh. Em
contrapartida, se enveredaram por caminhos pecaminosos, distantes da verdade.
Da mesma forma, atualmente, vemos que aqueles que deveriam apresentar o exemplo
de uma vida pautada na verdade, de uma vida irrepreensível aos olhos de Deus e
da sociedade, tem deixado a desejar. Apresentam-se indícios de uma profunda
deturpação da verdade, em um quadro onde os que com a responsabilidade de serem
“propagadores da verdade” estão se afastando cada vez mais dela. O resultado
não poderia ser outro, a quantidade dos chamados cristãos sem base bíblica é
considerável. Ventos de doutrina que se levantam, agravam a condição da igreja,
que apresenta um acréscimo numérico, mas um decréscimo em sua confiabilidade
ante a sociedade.
Tais quais os textos de Jeremias e Malaquias, não é
difícil perceber o contraste bíblico com "a verdade" pregada atualmente (principalmente na mídia), dos lugares de onde ela deveria vir de maneira límpida. O que sai, no entanto, é
algo que se aproxima daquilo o que tem sido basilar na sociedade. “Você é mais que vencedor, não aceite a
derrota, pois agora é só vitória! Você tem que ser abençoado... para isto,
basta ser fiel a Deus e dar a Ele tudo! Você não nasceu para estar doente,
precisa então determinar a sua cura!” Frases como essas são diariamente
proferidas, na apresentação de um “cristianismo capitalista”, que se ocupa em fornecer
às pessoas o que elas precisam fazer para conquistar suas bênçãos com suas
próprias forças. Todavia, ao serem confrontados com questões que demandam uma
atitude cristã como o perdão, o exercício do amor, a prática da misericórdia,
são rigorosos e exigem justiça. Se o “pisão” é em seu calo, sai de baixo!
Em um contexto como este, onde não há constância na
informação da pureza da Palavra de Deus, fica difícil encontrar um padrão a ser
seguido. Se não há verdade, a mentira torna-se comum e se ela é comum, os
poucos seguidores da verdade se tornam anomalias. É assim que alguns profetas
foram classificados, na tentativa de remar contra a maré que alinhava o povo a
uma vida envolta ao pecado, sendo esbofeteados, açoitados, presos, mortos. A
história exibe homens que doaram suas vidas por causa da verdade, mas parece
que isso não está mais em voga. A verdade não é mais buscada, porque não há
interesse no afastamento da mentira.
Nesse quadro, pregar a mensagem das Sagradas
Escrituras de maneira genuína, que condena o homem pecador e convoca-o ao
arrependimento, é provocar redução de audiência. A mensagem precisa ser suave,
incentivadora, sem confrontos, confortável, de maneira que soe bem aos
ouvintes. Os “crentes” de hoje indicam, semelhante ao período dos textos
referidos, sua aprovação na parceria com a mentira. Certamente, os profetas
citados, se vivessem nos dias atuais, não seriam tratados de maneira diferente
do que foram em sua época. Porém, é certo que tornaram-se referências pela
postura irrepreensível que adotaram. Este é o desafio que se levanta na
atualidade.
Essa leitura provoca em nós uma reação e uma
pergunta: Seria este conflito de identificação com a verdade, por parte da
igreja, o motivo do declínio moral de nossa nação? É fato que há escassez de
referência moral no país, por isso a política é vergonhosa. Também é notória a
ausência de um padrão religioso, por esta causa o ecumenismo ganha força.
Somente um confronto pessoal com a solidez
da Palavra poderia transformar vidas a buscarem a justiça do Senhor. Esta é a
prioridade dos que professam Cristo e o condicionamento dos que almejam a sua
vontade. Quando existe interesse na manutenção de um firme posicionamento na
verdade são fornecidos os parâmetros regulares às autoridades que nos cercam.
Os luzeiros se acendem e a expectativa é outra.
O mais interessante é encontrar líderes cristãos buscando soluções diferentes das que são descritas na Palavra de Deus. Vivemos um momento interessante em nosso país nos últimos meses, onde alguns líderes pareciam estar engajados em outra causa, que não a do Evangelho - buscando servir como incentivadores das massas em redes sociais, estabelecendo esperanças em um poço sem fundo. Esta constatação só pode ser sentida quando mesmo após o período eleitoral ter passado, as mentes ainda se voltam para o que deveria ter acontecido segundo suas expectativas. E corremos para o alerta de fraudes, revoltas, agrupamentos contra o governo, como se isso fosse estranho a um país que se envereda pelo distanciamento de Deus. Não há outra solução para nossa nação a não ser o desapego da mentira e a aproximação da verdade.
A esperança de nossa nação não é um canditato à presidência, mas sim o estabelecimento do
Deus Yahweh, como seu único Deus. A revelação base para isso está no texto de
salmos que diz que “Feliz é a nação cujo
Deus é o SENHOR!”. Sabemos, no entanto, que o Senhor é quem nos atrai para si, por meio de Seu Espírito - nos mostrando nossa real necessidade. E Deus utiliza a Sua Palavra para que aqueles que estão em trevas sejam impactados pela Luz de Cristo. Todas as vezes que ocorreu um avivamento em uma nação,
que provocou mudança nos regimentos dela, houve um retorno à verdade, um retorno
às Sagradas Escrituras. Seria possível um avivamento em massa no Brasil? Para
isso, a Bíblia precisa ser pregada, Sua verdade precisa emanar e não ser
escondida pelo clamor popular. Somente assim, a justiça poderá adentrar os
umbrais de nossa nação. A vontade de Deus é que aqueles que foram retirados da mentira se apresentem como o apóstolo Paulo: "Quanto a mim, estou pronto para anunciar o Evangelho..." Rm 1:15.
Que o Senhor nos abençoe!