quinta-feira, 6 de novembro de 2014

A justiça passa longe onde há apreço pela mentira (Is 59:14)



"Por isso o direito se tornou atrás, e a justiça se pôs de longe; porque a verdade anda tropeçando pelas ruas, e a eqüidade não pode entrar"

O sucesso de uma nação, segundo os preceitos bíblicos, é evidenciado no reflexo de uma conduta baseada nos princípios da verdade. Associando ao detentor desse padrão, Agostinho, ratifica que toda a verdade procede de Deus. Assim, por diversas vezes, a Bíblia apresenta os insucessos da nação escolhida pelo Senhor, quando não atentavam para as determinações pactuais que deveriam nortear seu modo de vida. Por conta dessa infidelidade, principalmente por parte da liderança, todo o povo padecia em suas depravações, o que também resultava em desigualdade social.

No texto base proposto, o profeta Isaías traduz aos seus conterrâneos o motivo pelo qual a nação se encontrava em profundo declínio. Revelando um contexto de depravação espiritual e consequente afastamento de Deus, por parte de Israel. A iniquidade do povo era capaz de afastar qualquer possibilidade de justiça. E em um meio onde a maldade era o “prato do dia”, os que tentavam se afastar dela eram afligidos por isso. A falta de homens que retornassem a verdade retratava a condição eticamente deplorável da nação.

O povo de Israel serve como referência para nós, diante do que caracteriza a extensão do povo escolhido, por meio do sacrifício vicário de Jesus Cristo na cruz. Não é de se estranhar que essa percepção perpasse as Sagradas Escrituras e ressaltem aos nossos olhos nos dias atuais. A falta de solidificação na verdade expõe de maneira semelhante o peso de uma nação cuja liderança se mantém distante dos preceitos divinos. Isso evidencia a impossibilidade da justiça e traduz a inconsistência dos argumentos que apresentam perspectivas ilusórias de aclive moral. Não é preciso entender de política para enxergar a imoralidade presente em todos os setores governamentais nacionais. A responsabilidade de gerir uma nação impõe a necessidade do reconhecimento da dependência do Rei Cósmico.

Israel deveria exibir às nações o parâmetro para uma conduta moral, político e religiosa diante do Deus Yahweh. Em contrapartida, se enveredaram por caminhos pecaminosos, distantes da verdade. Da mesma forma, atualmente, vemos que aqueles que deveriam apresentar o exemplo de uma vida pautada na verdade, de uma vida irrepreensível aos olhos de Deus e da sociedade, tem deixado a desejar. Apresentam-se indícios de uma profunda deturpação da verdade, em um quadro onde os que com a responsabilidade de serem “propagadores da verdade” estão se afastando cada vez mais dela. O resultado não poderia ser outro, a quantidade dos chamados cristãos sem base bíblica é considerável. Ventos de doutrina que se levantam, agravam a condição da igreja, que apresenta um acréscimo numérico, mas um decréscimo em sua confiabilidade ante a sociedade.

Tais quais os textos de Jeremias e Malaquias, não é difícil perceber o contraste bíblico com "a verdade" pregada atualmente (principalmente na mídia), dos lugares de onde ela deveria vir de maneira límpida. O que sai, no entanto, é algo que se aproxima daquilo o que tem sido basilar na sociedade. “Você é mais que vencedor, não aceite a derrota, pois agora é só vitória! Você tem que ser abençoado... para isto, basta ser fiel a Deus e dar a Ele tudo! Você não nasceu para estar doente, precisa então determinar a sua cura!” Frases como essas são diariamente proferidas, na apresentação de um “cristianismo capitalista”, que se ocupa em fornecer às pessoas o que elas precisam fazer para conquistar suas bênçãos com suas próprias forças. Todavia, ao serem confrontados com questões que demandam uma atitude cristã como o perdão, o exercício do amor, a prática da misericórdia, são rigorosos e exigem justiça. Se o “pisão” é em seu calo, sai de baixo!

Em um contexto como este, onde não há constância na informação da pureza da Palavra de Deus, fica difícil encontrar um padrão a ser seguido. Se não há verdade, a mentira torna-se comum e se ela é comum, os poucos seguidores da verdade se tornam anomalias. É assim que alguns profetas foram classificados, na tentativa de remar contra a maré que alinhava o povo a uma vida envolta ao pecado, sendo esbofeteados, açoitados, presos, mortos. A história exibe homens que doaram suas vidas por causa da verdade, mas parece que isso não está mais em voga. A verdade não é mais buscada, porque não há interesse no afastamento da mentira.

Nesse quadro, pregar a mensagem das Sagradas Escrituras de maneira genuína, que condena o homem pecador e convoca-o ao arrependimento, é provocar redução de audiência. A mensagem precisa ser suave, incentivadora, sem confrontos, confortável, de maneira que soe bem aos ouvintes. Os “crentes” de hoje indicam, semelhante ao período dos textos referidos, sua aprovação na parceria com a mentira. Certamente, os profetas citados, se vivessem nos dias atuais, não seriam tratados de maneira diferente do que foram em sua época. Porém, é certo que tornaram-se referências pela postura irrepreensível que adotaram. Este é o desafio que se levanta na atualidade.

Essa leitura provoca em nós uma reação e uma pergunta: Seria este conflito de identificação com a verdade, por parte da igreja, o motivo do declínio moral de nossa nação? É fato que há escassez de referência moral no país, por isso a política é vergonhosa. Também é notória a ausência de um padrão religioso, por esta causa o ecumenismo ganha força. Somente um confronto pessoal com a solidez da Palavra poderia transformar vidas a buscarem a justiça do Senhor. Esta é a prioridade dos que professam Cristo e o condicionamento dos que almejam a sua vontade. Quando existe interesse na manutenção de um firme posicionamento na verdade são fornecidos os parâmetros regulares às autoridades que nos cercam. Os luzeiros se acendem e a expectativa é outra.

O mais interessante é encontrar líderes cristãos buscando soluções diferentes das que são descritas na Palavra de Deus. Vivemos um momento interessante em nosso país nos últimos meses, onde alguns líderes pareciam estar engajados em outra causa, que não a do Evangelho - buscando servir como incentivadores das massas em redes sociais, estabelecendo esperanças em um poço sem fundo. Esta constatação só pode ser sentida quando mesmo após o período eleitoral ter passado, as mentes ainda se voltam para o que deveria ter acontecido segundo suas expectativas. E corremos para o alerta de fraudes, revoltas, agrupamentos contra o governo, como se isso fosse estranho a um país que se envereda pelo distanciamento de Deus. Não há outra solução para nossa nação a não ser o desapego da mentira e a aproximação da verdade.

A esperança de nossa nação não é um canditato à presidência, mas sim o estabelecimento do Deus Yahweh, como seu único Deus. A revelação base para isso está no texto de salmos que diz que “Feliz é a nação cujo Deus é o SENHOR!”. Sabemos, no entanto, que o Senhor é quem nos atrai para si, por meio de Seu Espírito - nos mostrando nossa real necessidade. E Deus utiliza a Sua Palavra para que aqueles que estão em trevas sejam impactados pela Luz de Cristo. Todas as vezes que ocorreu um avivamento em uma nação, que provocou mudança nos regimentos dela, houve um retorno à verdade, um retorno às Sagradas Escrituras. Seria possível um avivamento em massa no Brasil? Para isso, a Bíblia precisa ser pregada, Sua verdade precisa emanar e não ser escondida pelo clamor popular. Somente assim, a justiça poderá adentrar os umbrais de nossa nação. A vontade de Deus é que aqueles que foram retirados da mentira se apresentem como o apóstolo Paulo: "Quanto a mim, estou pronto para anunciar o Evangelho..." Rm 1:15.

Que o Senhor nos abençoe!

Um comentário:

  1. Louvável suas notificações! Onde todas as massas clamam por mudança sem sequer mudarem sua forma de vivenciar suas próprias atitudes!Onde ser cristão e simbolismo de religiosidade e professar esta fe nos implica extrema dificuldade em que se faz necessario expressar que só ha mudança quando deixarem suas mentiras e falsas promessas ,no momento que deixarem Deus guia los no caminho da retidão a fim de termos a perfeita justiça!

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