quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Quando Precisamos nos Justificar estamos longe do arrependimento Sl 51

Caros amigos, tenho refletido sobre algumas leituras que tenho investido um pouco de tempo. Aliás, aqui vai o primeiro conselho: quando lemos, vivificamos o nosso intelecto. Mas, obviamente, precisamos ressalvar algumas coisas. Nem todas as leituras produzem o resultado supracitado. Algumas, na verdade, nos conduzem para longe de nossos objetivos. Nosso prazer na leitura revela nosso desejo de aquisição daquilo o que ainda não temos.

Bom, como sei que muitos não lerão mais do que o referido até aqui, deixei para falar o que realmente desejo a partir deste momento, onde já é necessário um clique a mais. Pois é, leitores são diferenciados assim, aqueles que desejam dar um clique a mais, somente para conhecer os mistérios da informação que lhe exige mais atenção.
Analisando este salmo e na visualização de seus princípios, diante do que pode ser percebido, notei que Davi, ao ser identificado em seu pecado, não titubeou em dizer: Pai, pequei contra ti! Embora, tenha se demorado na sua atitude, o rei não tentou justificar os seus atos. Talvez, poderia ter tentado estabelecer como um momento de fraqueza, ou até mesmo culpar uma mulher que estava se banhando, quando saberia que sua sacada dava vistas ao palácio do grande rei. Não! Ele disse: Contra ti somente, Senhor (vs 4).

Acredito que o mundo tem feito um grande esforço para fazer-nos esquecer que todo o pecado que cometemos é antes de tudo, contra Deus. E por que deveríamos tentar justificar, quando Deus conhece nossos pensamentos e sabe que não conseguimos engana-lo? Vivemos em um mundo onde não existem mais culpados. Como bem diz Dr. John MacArthur em seu livro Sociedade sem pecado, estão fazendo de tudo para anular a culpa das pessoas, pois sem culpa, não há pecado.

O pior é consentir com essa atitude, que de fato, é a semente da serpente: Eva, não é bem assim (Parafraseando, certamente não morrerás...). Devemos lembrar que a natureza do cristianismo consiste em reconhecermo-nos CULPADOS. Só há arrependimento quando identificamos isso. Contudo, somente os que são tocados pelo Espírito Santo percebem isso, o Mestre disse: Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo (Jo 16:8).

A busca atual é cauterizar a mente, anulando qualquer tipo de culpabilidade e justificando-os como simples erros ou delitos. E o que fazer com a oração que Jesus nos ensinou, que deve nos servir como base para nossa vida com Ele? E perdoa-nos as nossas dívidas...dívidas? Quais? Não temos essas coisas... Ai de nós, se pensamos dessa maneira! Pois embora, nossos pecados não tragam satisfação nenhuma a Deus, julgar que já superamos e dizer que não mais pecamos é tão errado quanto não reconhecer que Deus é luz, e somos extremamente dependentes d’Ele!

Somos falhos sim, a diferença é que o Senhor plantou em nós a insatisfação com o pecado (IICo 7:10). Não somos como “porcos no chiqueiro” que se alegram pela lama. Mas, como ovelhas um tanto quanto “teimosas”, vira e mexe, estamos tomando cajadadas para continuar nossa jornada. Todavia, ao se confrontar com uma situação de tristeza com o pecado, em vez de se lambuzar como um porco, choramos como ovelha. Mas, graças a Deus que, pelo sangue de Jesus, fomos purificados, para termos comunhão com Deus e nossos irmãos (I Jo 1:9).

Quando buscamos nos justificar, procurar agrados, alguém para apoiar nossa causa, convocamos pessoas para ajudar-nos em nosso pecado e estamos longe do arrependimento. Mas, quando chegamos diante de Deus e dizemos: “Contra ti somente! Lava-me completamente!” O Deus que é grande em Misericórdia (Nm 14:18), que perdoa a iniquidade, realiza sua obra em nós. E talvez, se assim Ele quiser, se agrade em usar-nos nesse exercício. Todavia, certamente nos faz lembrar que o que importa é que Seu nome seja glorificado e não o nosso. “Não a nós, SENHOR, não a nós, mas a teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade”. (Sl 115:1)

Who do we think we are? We are just his slaves (that is the real meaning of greek word doulos) of Christ. Let our Lord teach us what we really need to learn from him!

11 comentários:

  1. Palavra muito boa Pr.
    O q temos vivido hj em dia é uma busca constante de nos justificarmos dos nossos pecados, ao invés de nos arrepedermos diante de Deus e nos afastar de toda impureza.

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  2. Caro irmão, obrigado pela sua participação. É interessante notar que essa tem sido a estratégia terapêutica de muitos psicólogos. Isso tem nos feito refletir: será que realmente deveríamos procurar jeitinhos para nos eximir da responsabilidade na qual somos julgados culpados? Declarando outros...irmãos, esposas, maridos, pais, amigos, e nunca a nós mesmos?

    É assim, que essa sociedade tem encarado as coisas. Mas, o verdadeiro cristão reconhece que foi alcançado por tamanha dádiva, sendo ele ainda pecador, sendo ainda culpado. Esta é a verdade proferida nas palavras de Jesus aos fariseus: "Não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento."

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  3. A PAZ PASTOR!!!!Eu gosto de colocar explicito a minha percepção de salvação, que acredito que O NOSSO SENHOR nos lavou dos nossos pecados e que a partir da nossa converssão nos remiu das nossas trangressões.... ,no entanto justificar os erros com outras pessoas nao vai isentar- nos do grande juizo,de prestarmos conta do que fizemos de bom ou não aos nossos irmãos e se de fato vivemos e pregamos o amor de Cristo!!! Me corrija o pensamento por favor se eu estiver equivocada!!!tenho medo desta ideia de alguns irmãos que se sentem santificados e nao se conscientizam que todos os dias tentamos não estar em pecado , que somos carne e lutamos dia a dia para amar mais e tentar viver mudança comportamental pois de outro modo nos remeteriamos a imitar os fariseus pregando nossa crença e vivendo outra quando confrontados com as ações do mundo ,que sempre tentam alfinetar e estimular um reflexo negativo do crente para desmoraliza-lo e fazer prova de que não houve mudança !!!Fomos alcançados pela graça do nosso SENHOR JESUS e nisto creio que devemos demonstrar que servi-lo faz de nos pessoas melhores e nossas lutas se suavizam !!!que teremos horas boas e ruins ,decepções , tristezas mas o amor DELE nos supre e consola e somos eternos devedores !!!!Andrea Carvalho da Silva

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  4. Caro amigo,
    Muito boa a sua reflexão. seja bem vindo ao time que nada contra a maré deste mundo. Pode ser cansativo, talvez um pouco solitário, mas existem muitos que não se dobraram a correnteza da secularização "esquerdista".
    Arrependimento não precisa de justificação, mas de um coração quebrantado. Este tema é tão importante que foi o primeiro sermão de Jesus, também pregado por João Batista - "Arrependei-vos..."
    Sigamos e prossigamos para o alvo.
    Paz em Cristo,
    Rev Igor Garcia

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  5. Grande amigo,

    É um grande prazer recebê-lo aqui. Certamente, és alguém que tem, em muito, contribuído nessa jornada. Remando contra a maré, mas nunca sozinhos. Nosso Deus é tão misericordioso que coloca as pessoas certas, mesmo em nossa vizinhança, para progresso do plano que Ele estabelece em nossas vidas.

    Fique à vontade para contribuir quando quiser.

    Em Cristo,

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  6. Querida irmã Andrea,

    Entendo o que estás questionando e acredito que, em um post menor que fiz, "O que devemos esperar?", traga um pouco da resposta do motivo pelo qual servimos a Deus. Penso que sua pergunta se dá diante da não compreensão do que pessoas falam quando se referem que já fomos santificados. Pois bem, este não é um assunto tão simples e não poderá ser respondido em um comentário.

    Recentemente fiz um estudo que demandou um tempinho sobre algo parecido, vou lhe recomendar algumas referências ao final. Mas, de antemão, te antecipo que teólogos reformados têm visto pelo menos duas utilizações diferentes daquilo o que se refere a santificação, descrita na Bíblia. Identificando-a sobre seu aspecto definido (santificação posicional), que diz respeito aquilo o que Jesus fez na cruz, onde selando os crentes pelo Espírito Santo, estes são naturalmente chamados de Santos. Tendo isto em mente, os autores inspirados do Novo Testamento, chamam seus leitores de "santificados ou santos" (ICo 1:2; Hb 10:10; Jd 1).

    O outro aspecto se refere a progressividade e crescimento na vida cristã, onde vemos o conhecido versículo que se encontra em Hb 12:14 "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;". Este aspecto se relaciona com o que chamamos de Responsabilidade Humana.

    Penso que, os que foram alcançados pela graça redentora de Cristo são impulsionados pelo Espírito (que habita neles) à realidade da vida cristã. Pois, de nós mesmos, somos incapazes nos resgatar ao caminho que nos fora proposto.

    Somos pecadores e isso deveria esclarecer nossa pequenez, mas nem todos pensam assim. Alguns, julgam que, por terem sido alcançado por Cristo, agora depende somente deles. Pensam que são suficientemente capazes para agir em nome de Jesus, mas de maneira independente.

    Não consigo entender essa coisa muito bem, mas noto naquelas ameaças que se apresentam: Sou Ungido do Senhor! Não mexa comigo! Vou determinar isso ou aquilo! Se eu sou servo do Senhor, Ele tem que me abençoar! Estes são estágios que alguns crentes imaturos dizem que devemos chegar, pois se conseguimos determinar nossas bênçãos é sinal que estamos íntimos de Deus.

    Conheço um cristianismo que me apresenta que Jesus me comprou (sou um escravo) com Seu precioso sangue. O que indica que Ele é meu Senhor. Se eu tenho alguma parte nesta história, ela somente consiste na obediência a vontade Dele. Mas...acho que isso daria um outro post...rs.

    Muito obrigado, por mais uma contribuição!

    Seguem algumas das referências, onde poderias encontrar boas informações sobre santificação:

    BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática, Campinas, 1990.
    - RYLE, J.C. Holiness (Abridged): Its Nature, Hindrances, Difficulties, and Roots. Moody Publishers: Chicago. 2010.
    _________. Santidade: Sem a qual ninguém verá o Senhor. São José dos Campos: Fiel, 2009.
    - SANTOS, Valdeci da Silva. O Perfeccionismo Como Obstáculo à Santidade Cristã. Fides Reformata. v. XIII, 109ª 128, 2008.
    - SNIDER, Andrew V. Sanctification and Justification: A Unity of Distinctions. The Master’s Seminary Journal, 21/2, Fall 2010. Pag 170.
    - TOZER, A. W. Mais perto de Deus. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2007.

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  7. Caro amigo, professor Jonatas.

    Diante da reflexão exposta em seu texto, percebo que precisamos refletir cotidianamente sobre nossas atitudes diante de Deus que nos sonda e sabe tudo da nossa vida. A própria palavra nos exorta em cuidar para não cairmos no pecado que todo dia vem a nossa porta, tentando nos influenciar para cairmos em tentação. Isso aconteceu nesse episódio com o Rei Davi, onde o próprio se deixo levar pelo seus desejos carnais. Sabemos que a nossa tendência é transferir a culpa para amenizarmos nossa consciência do erro (pecado) e assim mascarar nossa essência pecaminosa de uma forma bem sutil, cultivando o pecado. Temos que enfrentar um campo hostil que favorece isso, nossa sociedade que a cada dia leva o ser humano a degradação moral em todos os aspectos.
    Abandonar o pecado, fazer a vontade de Deus, é um desafio que o Espírito Santo nos convida todo dia a fazer, mudar nossas atitudes, nascer de novo, ter prazer em cumprir os propósitos de Deus e não os nossos sentimentos egoístas e pequenos.

    - Marta Machado

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    1. Querida irmã Marta e demais,

      Andei muito atarefado com as atividades do mestrado. Estou com um grande número de leituras para fazer em três meses e alguns poucos trabalhos. Também, como passamos por época de avaliações, fiquei bem atarefado para atender as demandas.

      Mas, sinto-me plenamente satisfeito por todas as participações efetuadas até então. Quero expressar meus agradecimentos a meus alunos, e a outros que simplesmente por terem gostado do texto, forneceram suas contribuições. O mais importante, contudo, é que possamos ser levados à reflexão, como bem salientaste, irmã Marta.

      Creio que já escrevi bastante nas respostas anteriores. Todavia, o que são mais algumas 10 ou 100 linhas para quem se sente plenamente realizado em escrever coisas concernentes ao Reino de Deus.

      Desta forma, concordo com você Marta, quando dizes que precisamos refletir acerca de nossas atitudes para com Deus e analisar nossa vida diária, buscando sempre fazer uma "radiografia" de como estamos diante de Deus. Mas, confesso que tenho muito cuidado com as coisas que para alguns pode significar nunca descansar na graça.

      É muito gratificante compreender quando estamos sendo tocados pelo Espírito para que venhamos a entregar nossa vida ao pleno desfrute da vontade de nosso Deus. Porém, por algumas vezes, já fui traído por minha própria necessidade dizer para mim mesmo que já estava próximo de atingir plenamente este alvo. O que gerava uma diminuição no padrão da verdadeira santidade, e também naquilo o que deliberadamente é descrito como pecado à luz da Palavra de Deus. No comentário que fiz, respondendo à irmã Andrea, falei do texto do Dr. Valdeci Santos, que alerta esse perigo. Mas, de igual forma, que nossa busca não deve se tornar diminuta por nossa impossibilidade de chegar à perfeição. O próprio apóstolo Paulo declarou que esse era o seu alvo (Fp 3:14), entretanto, devemos estar convictos de nossa fragilidade neste "corpo de humilhação" (Fp 3:21).

      Assim, penso que devemos nos esforçar e buscar o reino de Deus acima de todas as coisas, mas quando por nossa miserabilidade formos traídos, devemos entender que nossa vida é dependente antes de qualquer coisa, de nosso Senhor. Ele é quem usa de misericórdia para que sejamos perdoados em nossas falhas e delitos que constantemente cometemos. Nunca seremos salvos por nosso merecimento, mas já o fomos pela graça e isso não vem de nosso esforço, mas sim, partiu Dele.
      Este sim, deve ser o motivo pelo qual devemos nos esforçar com todo nosso coração. Porque Ele nos perdoou! E não para nos tornarmos merecedores desta graça, pois isso, nunca seremos!

      Muito bom, querida irmã Martinha.

      Que o Senhor se agrade em lhe abençoar durante todo o período de sua vida.

      Jonatas

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  8. A questão a ser analisada realmente é preocupante nos dias de hoje. Ao justificar os nossos pecados estamos dando uma desculpa para os erros cometidos. Davi de fato reconheceu o seu pecado, mesmo tendo demorado, mais de forma alguma atribuiu a alguém o seu erro, diferentemente de Adão dizendo a Deus (a mulher que Tu me deste).
    A realidade hoje é que o mundo está querendo criar um cura de vez para o pecado, mas sabemos que só em Deus (I João 1.9) seremos perdoados. Todavia não devemos pensar em que desculpa dar para justificar os nossos erros cometidos, mais sim reconhecer que só em Deus seremos purificados. Devemos sempre nos lembrar que não podemos esconder nada de Deus, pois Ele conhece o nosso interior.

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    1. Obrigado por seu comentário, irmão Márcio.

      Que o Senhor continue lhe abençoando hoje e sempre.

      Um abraço,

      Jonatas

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    2. Caro Pastor e professor Jonatas,
      Percebo que quando ocorre um verdadeiro arrependimento, creio que ele é obvio. Esse texto não apenas descreve o verdadeiro arrependimento em relação ao pecado, ele descreve de forma a sermos capazes de reconhecê-lo nos outros. E, quando há arrependimento, temos a obrigação de perdoar.Podemos perceber que, ao não confessarmos os nossos pecados, e persistimos no erro, nossa vida passa por uma grande luta.
      Apesar do pecado em alguns momentos trazer um falso prazer, eles não são agradáveis para o Cristão quanto são para os ímpios. Como o pecado entristece o Espírito habitado em nós, nosso espírito também não consegue sentir grande prazer nele. Não estou dizendo que não há prazer, mas que o prazer é minimizado pelas alegrias de servir e obedecer a Deus e desfrutar da sua comunhão. A agonia descrita por Davi finalmente o leva a quebrar seu silêncio e confessar seus pecados. Seu arrependimento é o resultado de um processo doloroso, na maior parte ocorrida dentro dele mesmo.
      O arrependimento de Davi é expresso por uma confissão completa de culpa diante de Deus. Ele sabe que seu pecado era contra Deus.
      Ele não espera que suas boas obras compensem ou diminuíam sua culpa.
      Não devemos jogar a culpa dos nossos pecados aos outros, tentando nos justificar.
      Não devemos ter a falsa presunção de que Deus pode ser dobrado.

      Gláucia Predes

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